O mercado de beleza masculina está em franca ascensão no Brasil. Segundo pesquisas da consultoria Euromonitor e Associação Brasileira da Indústria de Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosméticos (Abihpec), o setor tem evoluído, em média 7,1% ao ano desde 2015 – sendo que, em 2017, o país já era o 2º maior consumidor mundial de produtos de beleza para homens.
As barbearias parecem impulsionar esse movimento, segundo a Euromonitor, entre 2012 e 2016, o faturamento desses estabelecimentos no Brasil cresceu 539%.
Este início de século XXI, viu as barbearias irem de estabelecimentos rústicos, dedicados apenas ao corte de cabelo e aos cuidados de barbas e bigodes, a um misto de centro de estética e de entretenimento. Nelas, além de cuidar da aparência, o brasileiro pode jogar sinuca, assistir a esportes na TV e tomar uma “gelada”.
Convidamos você a abrir uma Guitts, Ravache ou Zebu e conhecer, a seguir, um pouco da história das barbearias e o que mudou nesses simpáticos estabelecimentos.
Barbearias são tão antigas quanto as primeiras comunidades humanas
A origem das barbearias remonta às sociedades primitivas. Os barbeiros estavam entre os homens mais importantes das tribos, acumulando, também, as funções de médico e sacerdote.
Já no Império Romano, a importância dos barbeiros era tanta que uma estátua foi erguida em homenagem ao primeiro barbeiro de Roma. E por volta do primeiro milênio depois de Cristo, na Europa, surgiram as figuras do barbeiro-cirurgião e do barbeiro-dentista que perduraram por séculos.
A simbologia do Barber Pole, o poste das barbearias
As múltiplas funções do barbeiro se refletem no próprio Barber Pole, o poste típico das barbearias. Ele surgiu durante um tempo de guerras e sinalizava aos feridos que naquele local, poderiam se entregar aos cuidados dos barbeiros-cirurgiões que tratavam cortes e ferimentos profundos. Cada cor do barber pole, aliás, tem um significado:
- Branco: bandagens utilizadas pelos barbeiros para realizar sangrias e extrair membros.
- Azul: sangue venoso;
- Vermelho: sangue arterial.
Imagem: Pixabay
Barbearias no Brasil
Desde meados de 1.500, os portugueses ensinavam a barbearia aos índios e, posteriormente, aos escravos, que vieram a se tornar barbeiros ambulantes. Como eles sabiam usar instrumentos cortantes, como navalha e tesouras, esses barbeiros se dividiam entre os que cuidavam apenas da manutenção de barbas e bigodes e aqueles que também eram cirurgiões.
Tempos difíceis para os barbeiros
Séculos se passaram até que, por volta dos anos de 1.980, um novo tipo de estabelecimento se consolidou no Brasil: os salões de beleza unissex. Com a crise econômica que vigorou nos 20 anos seguintes e as reviravoltas que aconteceram no cenário social e político brasileiro, a figura do barbeiro envelheceu e ganhou um caráter de coadjuvante no setor de beleza brasileiro. Isso, até um novo personagem passar a procurar seus serviços: o millennial – pessoas nascidas entre 1980 e 2000.
O renascimento da barbearia
Há quem afirme que o atual “boom” das barbearias começou a tomar forma no final de 1.990. Entretanto, pode-se dizer que o impulso definitivo para isso foi o advento da cultura hipster, com grande adesão dos millenials. Entre eles, a vaidade masculina passou a ser vista como algo a ser valorizado e cultivado.
Foi graças a essa clientela, sobretudo, que as barbearias voltaram a ter prestígio – e se sofisticaram. Segundo a analista do Sebrae Minas, Samira Ribeiro, esses estabelecimentos souberam tirar proveito da inovação e deixar os homens à vontade para cuidar da estética, em ambientes pensados para eles.
É aí que entra a cerveja como um “serviço da barbearia”, dividindo o protagonismo com cremes, navalhas e pincéis.
Abaixo, exemplos de barbearias onde você pode tomar uma gelada enquanto cuida do visual:
Barbearia Corleone (São Paulo)– rede de 3 barbearias paulistanas inspirada na franquia “O Poderoso Chefão”, tem decoração que lembra as barbearias da Nova York dos anos de 1940 e 1960. E o melhor: conta com mais de 450 rótulos de cerveja;
Casa Murdock (São Paulo)– além dos tradicionais serviços de barbearia, dispõe de tabacaria e serviço de bar completo – com uma carta de 10 rótulos, entre chopes e cervejas e até uma sala de reuniões;
Barber House (Rio de Janeiro) – a cada serviço realizado, o cliente ganha um chopp. E, se não quiser cortar o cabelo ou fazer a barba, pode ir lá apenas para tomar uns canecos;
D.O.N. Barber Beer (Rio de Janeiro) – rede de 5 barbearias, foi pensada para quem procura um lugar para cortar o cabelo e beber. Conta com uma carta de quase duas dezenas de cervejas;
Big John Barber Shop (Belo Horizonte) – além de corte de cabelo, barba e tratamentos variados, serve mais de 50 rótulos de cervejas artesanais, entre belgas, holandesas e italianas. Diferencial: aberta a mulheres também;
Barbearia Torres (Belo Horizonte) – com mobiliário vitoriano e motivos esportivos, oferece até sessões de ofurô, bem como café de grãos selecionados e diversas cervejas artesanais.
Sabe de alguma barbearia que serve cerveja ou chopp na sua cidade? Conte aqui para nós nos comentários!
E se você for barbeiro e quiser Guitt’s, Ravache e Zebu no seu estabelecimento, fale com a gente:
Fábrica Rio de Janeiro: (21) 3526-3900
Fábrica Caieiras – SP: (11) 4441-6300
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